QUANDO A VIDA HUMANA NÃO TEM VALOR
(– o caso das mortes no estádio da cidadela desportiva)
Uma das particularidades das sociedades regidas por (denominadas Estados de Direito) é o facto de nada e ninguém estar acima da lei. Por conseguinte, todos devem obediência a lei e que a contraria deve ter a sanção administrada na medida devida e necessária. Quando este quadro não transparece numa sociedade é o caos, é a crise de existência social. Assim podemos considerar a situação que envolveu a morte de alguns cidadãos convidados a participar de um culto promovido pela IURD (Igreja Universal do Reino de Deus) na cidadela desportiva de Luanda em que esta instituição surgiu publicamente para garantir que as despesas com os funerais estavam garantidas como se isso bastasse para cumprir com a sua função e responsabilidade social e jurídica.
O caos gerado por este facto é mais evidente quando nem mesmo a PGR (Procuradoria Geral da república) enquanto órgão fundamental do Ministério Público que devia iniciar uma acção investigativa com vista a responsabilização dos autores tão logo a imprensa começou a veicular a informação, nada fez a propósito. Se iniciou ainda bem. Se não, aqui vem o desespero de uma sociedade abandonada a sua sorte pelas instituições que negam velar pela ordem e segurança através da aplicação e execução da lei.
Pior do que isso, é a sociedade civil que se apresenta silenciosa diante de um facto que merecia no mínimo uma acção popular num qualquer tribunal nacional que respondesse material e territorialmente pelas competências respectivas. Mais do que isso são os partidos políticos que se envolvem na mesma onda da apatia e os familiares das próprias vítimas que não entendem separar os assuntos divinos com a responsabilidade civil e até criminal que deve ser assacada, ainda que por mera suspeita, a própria IURD e a PN (Policia Nacional ) que devia garantir a ordem no respectivo local. Afinal, que Estado de Direito queremos construir?
segunda-feira, 7 de janeiro de 2013
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