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    segunda-feira, 12 de outubro de 2009

    O DEVER DE SER RICO E DE VER O MUNDO COMO UM DEUS

    COMPREENDER WALLACE D. WATTLES E AMIT GOSWAMI

    Albano Pedro


    Estou a ler duas obras de cariz ensaístico. Uma da autoria de Wallace D. Wattles editada em 1910 com o título A CIÊNCIA PARA FICAR RICO e outra de Amit Goswami editada em 2007 com o título O UNIVERSO AUTOCONSCIENTE. Aparentemente nada há de comum entre ambas as obras já que a primeira trata de motivar o empreendedorismo atinente as formas, modos e regras para o enriquecimento material e outra o debate a volta da física quântica que traz a tona a causa primeira das grandes revoluções dos dias de hoje proporcionadas pelas tecnologias de informação e comunicação, pela nanotecnologia e pelas biotecnologias. Contudo, ambas têm o mérito de harmonizarem todas percepções psicossociológicas, concepções éticas e crenças religiosas que vinha estruturando e proporcionar uma nova perspectiva do universo.

    Wattles sugere que é dever do homem tornar-se rico, visto que na falta da riqueza está toda a incapacidade e consequente desgraça do homem e da sociedade. A pobreza é a projecção clara da incapacidade do homem e da forma dramática como este encara o mundo. O mundo caminha para perfeição e o universo está impregnado de energias que estão prontas a proporcionar riqueza material ao homem bastando que este entre em relação de harmonia com elas, contudo, o homem imbuído na pobreza esta longe de perceber tal harmonia. A pobreza volta o homem contra a harmonia universal; contra Deus e o coloca na condição de não aproveitar a miríade de oportunidades para suprir as suas necessidades e viver em abundância. O pobre vai contra as suas próprias fontes de satisfação de necessidades. Por isso, não há mérito nenhum em ser pobre como sugere a religião cristã. Os muçulmanos ao verem na pobreza o sinal de pecado e da separação entre o homem e Deus estão de acordo com os ensinamentos de Wattles. Se é corrente a ideia de que o dinheiro é a causa de todos os males este pensamento é veiculado entre aqueles que não se propõem em sair da verdadeira causa de todos os males que é a pobreza. Certo é que ter muito dinheiro nada diz para riqueza efectiva do mesmo modo que a acumulação desonesta de meios materiais está longe de proporcionar bem-estar e satisfação plena. Entretanto, ter capacidade material para realizar todos os desejos eleva o homem a categoria divina e aqui é que a riqueza se torna no mais nobre dos objectivos. Ficar rico é uma ciência exacta com proporções matemáticas. Agindo de um certo modo o homem, bondoso ou desonesto, religioso ou ateu, torna-se inevitavelmente rico.

    Goswami propõe que não existe separação entre a consciência e o corpo da mesma forma que não é possível tratar da mente sem o cérebro. A matéria não é a fonte de tudo o que existe como pretendeu a física clássica, mas a consciência. Goswami inverte pois o sentido de precedência entre a ideia e a matéria até então defendida por ícones da física mundial como Newton, Descartes, Einstein, etc. Mais a fundo vai para sugerir que existe uma relação de grande harmonia e coerência entre os homens e o universo em todos os seus actos e acontecimentos vindo disto que nada ocorre por acaso, ou fora de um propósito harmonizado pelo universo. Longe de vincar o Determinismo como parece sugerir esta doutrina – que já desventrei nos meus passados anos das especulações filosóficas da obra TRATATUS TEOLOGICUS de Baruch Spinosa – Goswami defende pelas demonstrações da Física Quântica a possibilidade causalista do universo. O homem pode realizar literalmente tudo estando em harmonia com as leis naturais que são sensíveis pela movimentação dos átomos. A Física clássica sugeria – para além de estabelecer o átomo como a ultima matéria – que a natureza enquanto conjunto de átomos é estável e permanente cabendo ao homem descobrir a forma das coisas e fenómenos afim de harmonizá-las aos seus objectivos e propósitos e que o universo espiritual e físico são estância separadas e independentes embora com uma relação natural de causa e efeito. Goswami aclama a unidade entre o mundo espiritual e o material. Ideia e matéria são uma e a mesma coisa vista em ângulos conceptivos diversos como a coroa e a cunha na moeda. É um argumento de força que derruba a ideia da existência de fenómenos físicos e fenómenos não físicos (espirituais ou sobrenaturais). A Física Quântica propõe a manipulação dos átomos dito de outro modo os acontecimentos longe de serem determinados pelas leis da natureza podem ser condicionados pela atitude e acções dos homens. A física quântica deu os primeiros passos para que o homem possa a partir do nada criar algo, bastando a manipulação dos átomos. Assim, a teletransportação que era um fenómeno ficcionado pelo cinema pode ser realizada literalmente como algumas experiências neste sentido já o demonstraram. Tudo graças a nova visão da Física sugerida pela Física Quântica.

    Para as duas literaturas o mundo não é determinista. Embora não se fale no antropocentrismo – colocando o homem no centro da inteligência universal – está claro que o homem traça o seu próprio destino neste mar de causas e efeitos de que está impregnado o universos e seus fenómenos. O homem tem ao seu alcance as “ferramentas” que o próprio Deus faz uso na movimentação histórica dos fenómenos do universo. Wattles e Goswami sugerem que tudo promona da consciência. Consciência criadora que imprime o seu sentido de realização na matéria tornando o homem rico ou materializando formas novas na natureza pela manipulação dos átomos revolucionando mais e mais a vida no universo.

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